Embora as expressões "cloud" e "nuvem" estejam na moda, e muita gente se refira a elas, a verdade é que poucos parecem saber realmente do que se trata. Um estudo recente realizado pela Wakefield Research para a Citrix, mostra que há uma imensa diferença entre aquilo que os cidadãos dos EUA fazem e aquilo que dizem no que toca a cloud computing.
Quando questionados acerca do que significa a "cloud", uma grande percentagem responde que se trata de uma nuvem verdadeira, do céu ou de algo relacionado com meteorologia (29%). Apenas 16% souberam relacionar o termo com redes de computadores para armazenar e partilhar dados para diversos dipositivos. Além disso, 51% dos inquiridos acredita que o mau tempo pode interferir com o cloud computing. Além disso, 54% dos entrevistados alegaram nunca ter usado a cloud quando na verdade 95% daqueles que o afirmaram já o fizeram acedendo a diversos serviços como compras online, home banking, redes sociais, etc.
O que estes resultados sugerem é que a cloud é de facto transparente para os utilizadores, ou seja, cumpre uma das suas funções principais de disponibilizar serviços e conteúdos de forma fácil e imediata. No entanto, o desconhecimento do modelo de computação que suporta todas as nossas actividades do quotidiano leva a uma crescente desresponsabilização, com o consequente agravamento das preocupações com a segurança de conteúdo e privacidade. Na realidade, o ciberespaço, não é um lugar asséptico, só de informações precisas e utilitárias. O grande interesse do ciberespaço reside justamente, na vitalidade social que ele permite, alicerçada numa crescente panóplia de serviços multimédia. O seu fascínio deriva da proliferação de diferentes formas de comunicação que, desta forma, encontram na tecnologia um potencializador, um instrumento de conexão. Ou seja, o ciberespaço não é uma coisa puramente cibernética, mas uma entidade viva, caótica e, também, descontrolada.
Mas, além dessas preocupações e outras, tão ou mais graves, estão a surgir. Analisando a utilização quotidiana que fazemos destas novas ferramentas tecnológicas, chegamos à conclusão que o crescimento da Internet se revela asfixiante para o planeta. Temos que encarar as emissões de CO2 produzidas pelas nossas actividades online, como custos internos para o planeta. Podemos começar por revelar alguma consciencialização sobre o problema, restringindo os nossos uploads e mesmo retirando alguns. Porque não? E se começarmos a reduzir as nossas fotos no Facebook e no Instagram? Mantê-las permanentemente online consome energia! Se ninguém vê os nossos vídeos no YouTube, porque não apagá-los? Ou, pelo menos, guardá-los onde não necessitem de estar a consumir energia.
De qualquer forma temos ainda de ir mais além e pensar que, se a consciencialização e a auto disciplina não forem suficientes, teremos de considerar a possibilidade de haver um custo para a partilha de grandes volumes de informação pessoal. A forma de o fazer deve começar a ser equacionada. Talvez seja a única maneira de conseguir que a maioria das pessoas pare de fazer uma utilização inconsciente da cloud, debitando enormes quantidades de informação inútil para o ciberespaço. Não se trata de reduzir o acesso à informação, essa deverá estar sempre de livre acesso, mas antes dar-lhe uma utilização apropriada e conscienciosa.
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