Os actuais centros de dados têm a sua origem nas enormes máquinas existentes nas salas de informática dos primórdios da indústria de computação. Até ao início da década de 60 do século passado, estas máquinas eram construídas exclusivamente para agências governamentais e para fins militares o que implicava que fossem utilizados determinados procedimentos de segurança e, além disso, esses sistemas requeriam ambientes especiais necessários ao seu funcionamento.
A manutenção e operação desses primeiros computadores era extremamente complexa sendo necessários imensos cabos para ligar todos os componentes além de grandes quantidades de energia, não só para alimentar os sistemas mas também para os refrigerar. Esta complexidade levou a que estas máquinas fossem encerradas em salas dedicadas exclusivamente a esse efeito, ou seja, aquilo a que hoje chamaríamos um centro de dados (datacenter).
A partir dos anos 60, os computadores deixaram de utilizar válvulas de vácuo para passarem a ser gradualmente transistorizados o que os levou a serem mais duradouros, pequenos, eficientes, fiáveis e baratos. O primeiro computador transistorizado (TRADIC) foi desenvolvido em 1954 mas os modelos comerciais só surgiram alguns anos mais tarde com os primeiros sistemas da IBM.
Enquanto os mainframes ocupavam grandes salas e consumiam enormes recursos, em meados da década de 1960 surgem máquinas mais pequenas e mais baratas que foram chamadas minicomputadores por oposição às gigantescas dimensões dos mainframes da altura. Este tipo de computadores acabou por se afirmar, criando uma classe à parte com a sua própria arquitectura e sistemas operativos.
Em 1971, a Intel lança o primeiro microprocessador comercial, o 4004 o que é um gigantesco salto tecnológico. Este incremento no desempenho dos sistemas cria a necessidade de optimizar a utilização do caríssimo hardware dos mainframes, separando-o em unidades mais pequenas de modo a tirar o máximo partido dos ainda escassos recursos de computação.
É assim que surge a virtualização, muito básica no início, mas que evolui conceptualmente de forma muito rápida de modo a permitir que os mainframes executem várias tarefas e aplicações em simultâneo. A primeira utilização comercial da virtualização foi disponibilizada em 1972 no sistema operativo IBM VM/370.
Por outro lado, o aparecimento do microprocessador leva a que em breve a expressão minicomputador passe a designar uma máquina de médio porte, entre os grandes mainframes e os novos microcomputadores. Estas máquinas de gama média desenvolvem grandes capacidades de processamento e são usadas em processos de controlo industrial, na comutação telefónica e no nascimento do desenho assistido por computador.
Ao longo dessa década, os centros de dados iniciam os primeiros planos formais de recuperação de desastres paralelamente ao desenvolvimento de redes locais que permitem interligar várias máquinas, cada vez mais poderosas. Mas no final da década, o advento dos microcomputadores torna-se uma alternativa viável aos ultrapassados mainframes por serem mais pequenos e mais baratos. Sendo concebidos inicialmente para aplicações científicas e de engenharia, os microcomputadores foram rapidamente adaptados para aplicações empresariais e o facto de serem facilmente refrigerados a ar levou-os a entrar para dentro dos gabinetes. Isto conduziu à quase total extinção dos outrora todo-poderosos mainframes e dos agora obsoletos centros de dados com complexos sistemas de refrigeração.
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