O modelo de cloud computing surgiu mais recentemente como um novo paradigma para o alojamento de dados e fornecimento de serviços na Internet. É um modelo especialmente atractivo para os donos de empresas que não se sentem pressionados com planeamento futuro e permite que, mesmo as mais pequenas empresas, comecem a usufruir de um vasto leque de serviços sem investimento inicial. Ou seja, as empresas podem começar por contratar pequenos serviços e ir expandindo à medida das suas necessidades. Assim, cloud computing é, antes de mais, um conceito de gestão de recursos distribuídos. O seu objectivo é fornecer um sistema de acesso final conveniente sem adquirir software, hardware ou infra-estruturas físicas, subcontratando tudo a fornecedores de serviço. Embora este modelo seja competitivo e flexível, traz consigo um grande número de desafios, nomeadamente a nível de segurança e privacidade.
Neste modelo, as aplicações, o poder computacional e o alojamento de dados, estão algures na rede, ou na "nuvem". Os utilizadores não têm que se preocupar com a localização física e podem rapidamente aceder aos recursos necessários à satisfação das suas necessidades, muitas vezes pagando pela sua utilização tal como se faz com a água ou electricidade domésticas. A nuvem é actualmente constituída por um vasto conjunto de datacenters isolados mas a ideia de criar uma plataforma unificada, à semelhança da Internet, já foi proposta e estudada.
Neste ambiente de computação, o tradicional papel do fornecedor de serviço pode ser dividido em duas partes distintas: os fornecedores da infra-estrutura que gerem as plataformas e alugam recursos em função da sua utilização, e os fornecedores de serviços que alugam esses serviços, de um ou vários fornecedores de infra-estrutura, e os disponibilizam aos utilizadores finais. É nesta conjuntura que surgem diversas ofertas e modelos que fazem hoje parte da nomenclatura do cloud computing: software como um serviço, infra-estrutura como um serviço, plataforma como um serviço, desktop como um serviço e backend como um serviço.
O modelo backend as a service, também conhecido como mobile backend as a service, é o mais recente desenvolvimento do cloud computing tendo as primeiras ofertas surgindo em 2011. Este modelo tem por finalidade permitir que os criadores de aplicações web e móveis liguem as suas criações ao alojamento de dados na cloud, neste caso conhecido como backend cloud storage. Simultaneamente, este modelo garante também serviços como gestão de utilizadores e integração com serviços das redes sociais, sendo estes serviços disponibilizados através da utilização dos interfaces de programação e dos kits de desenvolvimento de software dos diversos ambientes para os quais as aplicações são desenvolvidas. É um modelo que tem a sua expansão garantida pela crescente adesão aos smartphones e as projecções para o mercado global deste segmento apontam para que se alcancem em breve os milhares de milhões de dólares.
O modelo de cloud computing está ainda em evolução mas, de forma geral, todas as companhias que disponibilizam este serviço possuem os seus próprios datacenters e estão a construir outros, cada vez maiores, todos possuindo arquitecturas de rede flexíveis, escaláveis, com baixos custos de operação e alta disponibilidade. O cloud computing na Internet é vulgarmente conhecido como public cloud computing e quando utilizado no interior do datacenter é chamado private cloud computing. A grande diferença reside em quem mantém o controlo e responsabilidade dos servidores, do alojamento, da infra-estrutura de rede e garante que os níveis de serviço são garantidos. Na "nuvem pública", quase todos os aspectos da operação e gestão são garantidos, como um serviço, por uma entidade externa. Estas companhias fornecedoras de serviços de "nuvem pública" assentam o seu negócio em datacenters cuja concepção inclui a virtualização de processamento, alojamento e equipamento de rede, sendo esta na realidade a base do seu investimento.
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